Não dá pra não se emocionar ao ver Harrison Ford e Carrie Fisher como Han e Leia, mas admito que os dois novos protagonistas Daisy Ridley e John Boyega impressionaram MUITO. Todos já imaginavam personagens interessantes (apesar do medo de um novo Jar Jar Binks), mas foi mais que isso, eles são personagens incríveis que gerações e gerações irão amar daqui para a frente, assim como na Trilogia Original.
Tudo começa muitos anos após O Retorno de Jedi (Episódio VI). Uma nova força sombria surgiu com a queda de Darth Vader, chamada de A Primeira Ordem. Eles, assim como a Resistência, procuram por Luke Skywalker. A Resistência ainda é liderada por Leia, porém Han Solo voltou ao contrabando. Vê-lo na Millenium Falcon é realmente um momento especial e a atriz parece tão confortável como líder da resistência quanto no primeiro longa.
Leia talvez seja uma das primeiras personagens femininas do cinema a se tornar icônica por sua força, ainda mais em uma ficção, e foi interessante ver Star Wars repetindo a dose, pois agora Ridley é a nova heroína favorita. Uma heroína natural. Muito forte, muito inteligente e bem ágil, ela não precisa de ninguém a guiando ou salvando, coisa que ela deixa BEM CLARO, assim como sua tia Leia (meu palpite, o que ela é não ficou bem claro).
Boyega, porém, toma conta do alívio cômico do filme, sem ultrapassar nenhum limite. Star Wars sempre teve humor e Finn consegue não forçar a amizade em suas piadas, nem em seu desespero com certas situações. Do lado da Primeira Ordem, o temido Kylo Ren é praticamente um adolescente, mas já é um vilão complexo e muito bem desenvolvido. COMPLETAMENTE instável, deseja ser o próximo Vader e, francamente, ele consegue surpreender.
Tanto Oscar Isaac quanto Lupita Nyong’o foram DEMAIS. A vencedora do Oscar está numa personagem totalmente digital, mas arrasou na expressividade e no trabalho de voz. Andy Serkis também me surpreendeu, mas o personagem deve ganhar mais destaque no futuro. O cinema inteiro gritou quando C3PO e R2D2 apareceram, mas o pequeno BB-8, uma mistura de R2D2 com Wall-E, conseguiu conquistar o amor público.
Meus parabéns ao JJ Abrams e à equipe técnica por criar um mundo mais real do que na Trilogia Nova, embora repleto de criaturas, naves e etc. A câmera, pra quem curte essa área do cinema, é evidente de Abrams, mas ele manteve clássicas George Lucas. O grande John Williams praticamente fez o filme (muitas cenas são sem fala, com música tocando), hora com o tema original hora com os novos, por exemplo quando Rey aparece.
O único defeito, talvez, é que o filme não acaba. Uma Nova Esperança (Episódio IV) era o quarto filme de seis e, ainda assim, o público tinha mais sensação de conclusão. Abrams deixou muita coisa para o próximo filme, o que não é necessariamente errado, mas existe uma diferença entre criar um mistério e enrolar o espectador. Mesmo assim o filme é tudo que os fãs esperavam, com um grande caminho pela frente para o Episódio VIII em 2017.
